quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

E assim são as coisas...

O patrão da minha esposa é um afortunado, um cara que trabalhou muito na vida, passou por maus momentos, soube enriquecer-se e hoje é uma pessoa completa, sabe como poucos as diferenças entre "homem e meninos". É um sujeito incrível que trata com imenso respeito a todos que encontra indiferentemente da raça, credo ou status social, aliás, já o vi tratar melhor os menos favorecidos do que a gente que se diz ser da elite social. Bem, mas não estou querendo escrever especificamente sobre ele, e sim de um episódio curioso que ele protagonizou.
Há algum tempo, ele encomendou um carro para seu uso pessoal mas o fez sem o famoso test-drive, guiou-se a conselho de amigos e à conveniência de um ou outro. Não citarei marcas nem modelos, tão pouco valores, mas vos garanto se tratar de um automóvel caro para os padrões médios. Por eu ter adquirido uma relação de confiança com ele o homem não pensou em outra pessoa a não ser em mim para retirar o carro, testá-lo e dar-lhe um "feedback"com as minhas impressões sobre o dito cujo do veículo. Na verdade, a coisa não foi assim tão simples, pois o carro teria seguido para uma blindadora e só depois de pronto é que eu entraria em ação. Feito isto, lá estava eu, lanterna de xenon em mãos, olhos aguçadíssimos e demais sentidos prontos para toda a prova.
Logo na primeira inspeção visual externa notei alguns problemas graves de pintura, coisas do tipo "efeito casca de laranja" e escorrimento, o desalinhamento de portas, lanternas e "gates" era gritante e para somar, o vidro traseiro tinha a curvatura muito diferente da original proporcionando aberturas entre o vidro e a coluna D que cabiam o meu dedo indicador. tudo isso eu ia analisando e claro, anotando.
Agarrei na minha lanterna e passei para a parte interna do carro, mas assim que abri a primeira porta vi logo que as borrachas de vedação estavam soltas, a cobertura da coluna B de ambos os lados faltando material para dar fechamento, o acabamento das calhas dos vidros eram grotescos. No quesito cheiro a coisa ficou pior, o material usado para a blindagem não estava totalmente seco, e com isso, os odores eram muito fortes e desagradáveis. Na parte operacional, conforto e instrumentação a situação não melhorou, o botão de comando do vidro traseiro travava a toda operação, o sistema se som não possui nenhuma conectividade (USB, Bluetooth, RDS), os motores dos vidros (que foram substituídos pela blindadora) ficaram desequilibrado, etc.
Vamos ligar o carro??? o motor soa bonito, mau se percebe que está ligado e agora é a hora do teste de rodagem e em conclusão... muitos barulhos na tampa traseira e nos bancos traseiros, o automático do limpa-vidros que não funciona (chovia muito), a suspensão traseira que pula muito, a direção que transmite ao condutor as imperfeições das ruas (que não são poucas!!)... PAAAARAAAAAA!!!!! acho que vcs estão pensando que eu estou descrevendo um chevete, MAS NÃO É!!!

Minha decepção foi grande e fiquei logo imaginando como seria o desapontamento do dono do carro!

Não deu outra... na semana seguinte o carro foi entregue com "parte"dos problemas resolvido, seu dono o pegaria para testa-lo e seguidamente embarca-lo para sua cidade. Mas como já era previsto, ele (o dono do carro) ficou visivelmente chateado, aliás, chateado e a maneira mais "ligth" que eu encontrei para descrever o estado emocinonal do cidadão. Ele ficou tão chateado, mas tão chateado que no dia seguinte e trocou o carro por outro cinco vezes mais caro... repito... cinto vezes mais caro!!!!!

E assim são as coisas!!!

Rogério Queiroz
NEQTAR.

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