quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

UM DIA ESPECIAL, POR COMPLETO.

16 de Janeiro, aniversário do meu velho, são 84 aninhos comemorados como 48 mas emocionantes como os reias 84.

Boa festa tipicamente portuguesa com sardinhas na brasa, batatas ao murro, papo-secos e muito vinho. Decoração feita por ele mesmo, simples e delicadas bandeirolas espalhadas pelo quintal nas cores da sua pátria natal, verde, vermelho e amarelo. Ele despojadamente vestido em sandalhas, bermudas e uma camiseta amerela escrita na altura do peito, "FIGUEIRA DA FOZ".

Filhos, sobrinhos, amigos e agragados, todos ali muito felizes em ver nosso patriarca ainda mais feliz.

Num determinado momento um senhor toca a campainha da casa, minha irmã atende e ele pede desesperadamente por dinheiro para a gasolina do carro, "...meu filho caiu e está machucado, preciso leva-lo ao hospital...".
Num ato impensado, as pessoas (me incluo nisso), sacaram algumas "patacas" de seus bolsos e a soma foi entregue ao homem que sai correndo ao mesmo tempo que agradece.

Aí aquela situação dos primeiro segundos, uns olhando para os outros tentando intender o que se passou, olhares desconfiados iam de desfazendo com o sabor do azeite sobre as batatas e das boas conversas.

Num determinado momento o senhor toca a campainha da casa, minha irmã atende e ele traz o dinheiro para a gasolina do carro nas mãos, "...meu filho está bem, deu tudo certo e quero devolver o dinheiro, muito obrigado".
Num ato racional, minha irmã olhou para as "patacas" de suas mão e disse: "Imagina!!! fica com a soma, este dinheiro já é seu".
"Que isso! muito obrigado, mas aqui está o dinheiro!"
"Pode ficar com ele!"
"É de coração?"
"Esteja certo que sim, é de coração, mas faça bom uso dele!"
"Muito obrigado"
E o homem seguiu o seu caminho.

Aí aquela situação dos primeiro segundos, uns olhando para os outros tentando intender o que se passou, olhares desconfiados iam de desfazendo a medida que percebíamos que tínhamos feito a coisa certa.


Eu particularmente achei aquilo muito bacana.


Rogério Queiroz
NEQTAR


INVENÇÕES QUE NÃO FAVORECEM.

Há grandes invenções feitas pelo Homem, algumas fantásticas como a roda e a internet.

Outras tantas boas estão aí no nosso dia a dia e já nem damos conta delas.
Dentre elas temos a soluvilidade. Essa invenção (ou descoberta) nos permitiu misturar o achocolatado ao leite gelado, uma delícia. Então viram o chocolate solúvel, o café solúvel, o leite em pó (solúvel em água) e muito mais. Uma revolução!

Outra boa são os produtos Bio-degradáveis, no final dos anos 80 vieram com essa e gostamos, fomos ecologicamente corretos e os detergentes e outros produtos estão em nossos lares.

Porém, essas mesmas invenções não nos favorecem quando a prefeitura aplica estas propriedades em nossas ruas.

Asfalto Bio-degradável ou solúvel em água não é uma boa, basta chover que o asfalto começa a se desmanchar. Buracos e mais buracos surgem a cada chuva. Depois vem o projeto "Tapa-buracos" e despejam sem preparo algum, sem cortes ou raspagens, uma massa asfáltica igualmente solúvel e deixam uma lombada no lugar do buraco.

O bacana é a consciência desses trabalhadores não fiscalizados. Jogam lá a massa, dão uma batidinhas só para dar uma "acentada" (o resto fica por conta dos nossos carros) e vão para o próximo buraco sem a preocupação em limpar o local. Mas limpar pra que? parte disso ficará grudado nos pneus, cava das rodas e pintura dos carros que passam e o que sobra será devidamente lavado pela primeira chuva que cair, porcaria toda arrastada para dentro dos bueiros.



Rogério Queiroz
NEQTAR