Segundo meteorologistas da Climatempo, como 2009 foi chuvoso, a tendência é de que as precipitações continuem altas neste verão. Por intermédio das Rodovias Osvaldo Cruz, Mogi-Bertioga e Tamoios, a Serra do Mar já deu sinais de instabilidade. Será preciso torcer muito para que os desmoronamentos não se repitam. Neste post, resgatamos no arquivo do Grupo Estado uma tragédia de arrepiar que afetou o litoral norte. Confira.
Março, 1967. Segundo reportagens do Estadão e do Jornal da Tarde, a chuva caía forte sobre Caraguatatuba (SP) desde o dia 16 daquele mês, uma quinta-feira. Apertou por volta das 18 horas da sexta e varou a noite. No sábado pela manhã, um dos morros começou a deslizar. À tarde, por volta de 15h30, toda a serra se desmancha: "Em 10 minutos, 400 mortes" era a manchete do Jornal da Tarde sobre a catástrofe.
A cidade estava isolada. Pouco sobrou da Rodovia dos Tamoios (foto acima), acesso ao litoral pelo Vale do Paraíba. Alguns carros e caminhões ficaram presos entre dois desbarrancamentos. O fotógrafo Oswaldo Luiz Palermo, que trabalhou no Grupo Estado de 1965 a 1999, fez parte de uma das equipes de reportagem: "Tivemos de descer a serra a pé. Lá embaixo, a cidade estava arrasada." O jornalista, hoje com 63 anos, afirma nunca ter visto nada parecido. O Departamento de Estradas de Rodagem nem acreditava na recuperação daquela rodovia.
Em 13 de abril de 1967, um carro do DER e outro do Grupo Estado desceram pela primeira vez após a tragédia o trecho entre o Vale do Paraíba e o litoral. O departamento de estradas passava a acreditar na recuperação da via. Lá embaixo, moradores se espantaram com os veículos que voltavam a circular. A imagem abaixo foi feita em maio de 1968, pouco mais de um ano depois da catástrofe. Repare a quantidade de deslizamentos que afetou esse trecho da estrada.
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